sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dia 2

Ficando em casa, tudo é mais fácil. Não caio em tentação de comprar chocolate ou alguma outra coisa num pacote bonitinho (se bem que isso tem acontecido cada vez menos, mesmo na rua), a menos que alguém apareça com um pacote de bolacha para dividir. Ahh, porque em casa somos todos loooucos por bolacha doce.

Assim, se for recheada não tem problema porque não me atrai. Simplesmente me dá a impressão de estar comendo plástico. Nem lembro mais quando foi a última vez que comi uma bolacha recheada, logo eu que sempre fui fã de Negresco.
Enfim, nevermore. E sem sofrimento.

Mas, mesmo assim, ficar em casa torna mais fácil o controle. Porque se sinto fome ou aquela vontade de 'roer alguma coisa', consigo chegar até a fruteira e escolher uma opção mais natural. Ou roer algumas sementes, castanha, uva passa, etc. O lanche da tarde está resolvido então, sempre que não deixe faltar estas coisas em casa.

Almoço: mamãe tinha feito uma macarronada ótima com tomate picadinho. Me ocorreu ralar por cima uma castanha-do-Pará e ficou delicioso.
Jantar: apesar do hambúrguer de soja processado, pelo menos não havia carne.
Nota 1: Agora vou ter de comer beterraba e abóbora sem reclamar. E não é que já não me parecem tão ruins?
Nota 2: Minha mãe, apesar de não ter intenções de abraçar o vegetarianismo, puxou conversa sobre o assunto ontem. Conversamos e expus minhas razões. Continuamos discordando, mas pelo menos ela sabe que não é capricho meu e que minha decisão tem muita informação por trás. Ah, também tive oportunidade de conversar com uma amiga querida do Uruguai. Contei a ela sobre minha decisão e ela, que é muito racional, me perguntou sobre meus motivos. Agora sou uma espécie de ET, mas com fundamentação. Rsrsrs.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Dia 1

Meu primeiro dia como vegetariana foi ontem, dia 29 de outubro de 2008. Pretendo guardar esta data como um marco significativo, por isso faço questão de documentar.

O dia foi relativamente fácil, apesar (ou justamente por que) não foi tão severo.
No café da manhã não tive problemas, afinal há tempos já que mudei o hábito desta refeição e não tomo o famoso café com leite (sou adventista e os adventistas não tomamos café).
Fiz uma banana amassada com aveia em flocos, farelo de trigo e sementinhas de linhaça um pouco esmagadas num pilão improvisado com uma colher de pau rsrsrs. Acrescentei um pouco de um nada natural suco de soja tetrapak que minha irmã bebe, porque a gororoba estava meio seca. Depois uma fatia de pão caseiro com goiabada nada natural também (mudando os hábitos aos poucos, rsrsrs).

O almoço, bom. Assim, eu chego em casa do trabalho mais ou menos às 13:30, hora em que minha mãe já fez o almoço. Ontem tinha beterraba, alface, arroz e carne com ovo. Dispensei a carne e, para complementar o arroz, joguei por cima mais sementinhas de linhaça (eu sou looouca por sementes de linhaça! Na verdade adoro vários tipos de sementes mesmo).
Aproveitei o choque da minha mãe para explicar que estou tentando adotar uma alimentação mais natural e virar vegetariana.
A primeira reação do meu irmão foi um berro bem malcriado: "Eu não vou deixar de comer carneeee!". Expliquei calmamente que minha decisão não tem, necessariamente, que ser compartilhada por toda a família e que cada um sabe o que faz.
Minha mãe me olhou severamente e comentou que, nesse caso, tenho que buscar alternativas para substituir os nutrientes da carne. Respondi que já estou me ocupando disso.

Com a pressa e a falta de costume, saí de casa correndo logo depois do almoço e esqueci de pegar uma fruta para a tarde. Resultado: ao sair da aula às 17:30 e já com o estômago roncando, não resisti a um pacotinho de bib's de chocolate. Hunf!

Mais uma cilada, parcialmente contornável: ir para a casa do namorado. No jantar, pizza. Mas fiquei com uma fatia só e optei pela de brócolis. Ainda não estou restringindo queijo, vou ir aos pouquinhos. Depois, uma sobremesa com sorvete e leite condensado que, por ser muito 'formigona' e me encontrar em estado avançado de TPM, me foi difícil resistir. Bom! Para primeiro dia, até que não fui tããão mal assim.
Tempo ao tempo.

Começando uma nova etapa

Meu nome é Mariana, tenho 24 anos e meu blog pessoal é este.

Há algum tempo venho estudando sobre vegetarianismo, seus benefícios, seus mitos. E tomei a importante decisão de virar vegetariana.

Como isto pode ser uma mudança nada fácil, afinal são costumes de toda uma vida que devem ser reconsiderados, criei este blog a fim de relatar minha experiência diária, conquistas, eventuais perdas ou deslizes, e também reunir um pouco da informação que me levou a esta decisão, caso possa ajudar mais alguém.

Deus, em Sua infinita sabedoria, criou o homem para se alimentar de vegetais (Gênesis 2, versos 8, 9, 15-17). Somente depois do dilúvio universal, na época de Noé, em que por um tempo se tornou difícil cultivar a terra por causa do dilúvio, é que Deus permitiu a Noé que se alimentasse de animais (Gênesis 9:2). Isto foi uma medida emergencial, mas de preferência a alimentação humana devia ser de vegetais: folhas, frutos e sementes.

Hoje, o que vemos? Cada vez menos campos cultivados naturalmente, sem estarem cheios de agrotóxicos ou alterados geneticamente.
Cada vez mais carne, cada vez mais oferta e mais procura, e mais matança cruel.
Cada vez mais comida de plástico.
Cada vez mais mentira engarrafada.
Cada vez mais soluções mágicas e instantâneas.
Cada vez menos saúde.
Cada vez mais doenças.
Cada vez menos verde.
Cada vez mais morte.

Mudemos! Cuidando de nossa alimentação e dos produtos que utilizamos, colocamos nosso grãozinho de areia para cuidar do mundo que Deus nos deu, e do nosso corpo, que é o Seu templo. Vivemos assim com mais qualidade, mais disposição e saúde.